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A FORÇA DO POTENCIAL VITÍCOLA DA SERRA DO SUDESTE

Além da pecuária, da agricultura e do potencial turístico da Serra do Sudeste destacam-se novas alternativas para o desenvolvimento econômico de Encruzilhada do Sul. Durante as últimas décadas, investidores de diversos municípios e até de outros estados do Brasil passaram a voltar os seus olhos para característica climática e para o potencial do solo deste município no que diz respeito ao cultivo de espécies bem adaptadas a este ecossistema como as videiras. Descoberto na década de 1970, o potencial vitícola na Serra do Sudeste levou cerca de 30 anos para ganhar vulto.


Os solos de Encruzilhada do Sul são originados de rochas graníticas. Apresentam-se como solos francos arenosos, bem drenados e com teores baixos de matéria orgânica. Nessas condições a videira tem um clima naturalmente favorável à produção de uvas com altos teores de açúcar, baixa acidez e excelente concentração de matérias corantes (uvas tintas) e aromas. Além disso, as uvas de Encruzilhada apresentam um elevado grau de sanidade, devido aos fatores climáticos favoráveis, aspecto essencial para elaboração de grandes vinhos e, com isso, acabou sendo considerada por muitos conhecedores como a “Napa Valley Brasileira”.

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Sabendo desse potencial, há vários anos grandes empresas vinícolas instalaram vinhedos na região, é o caso da Casa Valduga, Chandon, Nova Aliança e Peterlongo, somando quase 500 hectares de vinhas no Município. Esse movimento também atraiu investidores menores com empresas familiares, mas com muita visão de futuro como as Famiglia Bertolini, Lídio Carraro e da Familia Brocardo. Inicialmente as cepas escolhidas foram as “clássicas” Chardonnay, Pinot Noir, Merlot e Tannat, seguidas de variedades novas para verificar a adaptação e potencial como Touriga Nacional, Nebbiolo, Teroldego entre outras ao longo dos anos. Este último da Famiglia Bertolini foi considerado pela crítica especializada como o “melhor teroldego” segundo a Sommelier Jessica Marinzeck da Evino.

Colheita na Famiglia Bertolini

O empresário Diego Bertolini traz ainda uma grande novidade como atrativo para investidores na região, um condomínio vitivinícola baseado em experiências bem-sucedidas nos países vizinhos, como Argentina e Chile. A ideia consiste em proporcionar a oportunidade para quem não é do ramo da agricultura em ingressar no mundo da vitivinicultura sem precisar imobilizar capital em terras ou ativos. Em 32 hectares de vinhas já produtivas da família Bertolini, o novo investidor poderá escolher dentre as variedades de uvas que lhe interessem, sejam por quantidades de garrafas ou por hectares de interesse e, ao final da safra lhe será entregue o produto final, envasado e rotulado com a marca do investidor. “Nesse formato damos a oportunidade de diversos amantes de vinho ou investidores menores terem sua própria marca sem precisar aprender desde zero sobre uma cultura bastante complicada e que nós já dominamos” diz Diego.

Propriedade da Famiglia Bertolini na RSC-471

Ainda vislumbrando empreendimentos que vão além da vinificação e da produção de rótulos próprios a Família Brocardo tem também a intenção de promover e divulgar a região em conjunto com os produtores de oliveira e nogueira como um destino de agroturismo e enogastronômico, como nos contou Gabriela Brocardo com a implantação de uma pousada de charme, programa especial durante a vindima, um roteiro de visitação aos vinhedos e degustação de vinhos no local.

Fazenda da Família Brocardo no Boqueirão

Claro que a família terá seu vinho próprio cujo nome ainda não decidiram, mas já sabem, com certeza, que a marca carregará o nome do patriarca, o Sr. Euclídes e da família de origem italiana. “Estamos muito animados com o projeto do Departamento de Vitivinicultura da AFRUTES e esperamos muito em breve poder produzir nossos vinhos aqui em Encruzilhada do Sul” diz Gabriela.

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